Quando o falante desvia do padrão para alcançar uma maior expressividade,
temos as figuras de linguagem.
Quando o desvio se dá pelo desconhecimento da norma culta por parte
de quem fala ou escreve, temos os chamados vícios de linguagem.
Encontramos, então, a redundância, o pleonasmo e a tautologia.Redundância significa:
1 – excesso: demasia, exagero, superabundância, superfluidade de palavras.
2 – prolixidade: articulação, eloquência, verborragia, verbosidade.
Pleonasmo é a figura de linguagem que consiste na repetição de uma
ideia ou de uma função sintática. Trata-se de um recurso estilístico utilizado
para dar clareza ou relevo, enfatizar, realçar uma ideia; também
chamado de pleonasmo de estilo.
Exemplos:
Os vidros, eu os lavei hoje.
Vi, com meus próprios olhos, e mesmo assim não acreditei.
Sonhar lindos sonhos.
“E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento”. (Vinicius de Moraes)
Pleonasmo é um termo genérico, que tanto pode adornar a linguagem
como torná-la feia e sem encanto. Assim como outras construções e
empregos de palavras, tanto pode ser um vício como uma figura de
linguagem.
Alguns pleonasmos são utilizados sem nenhum efeito estilístico; nesses
casos, temos um vício de linguagem, como nestes exemplos corriqueiros:
entrar para dentro; sair para fora; subir para cima; descer para baixo.
Redundância, Tautologia, Pleonasmo Vicioso
Observe o seguinte texto, tema de uma questão de vestibular:
“A árvore, oca por dentro, era muito elevada, tinha vinte metros
de altura total, do chão ao topo: estava, por esta razão, prestes cair,
daí a instantes, para baixo.”
“Oca por dentro” e “cair para baixo” são exemplos de pleonasmo
de estilo. Já as passagens “altura total, do chão ao topo” e “prestes a
cair, daí a instantes” são bons exemplos de redundância.
Tautologia: Vício de linguagem que consiste em dizer sempre a
mesma coisa por formas diferentes; se caracteriza pela seguida
repetição, por meio de palavras diferentes de um pensamento
anteriormente anunciado, baseando-se no desconhecimento da
verdadeira significação dos termos empregados ou porque há
expressões que estão enraizadas no uso.
Podemos dizer que tautologia é outra denominação do pleonasmo
vicioso; ambos são vícios de linguagem.
Exemplos de vícios de linguagem que devem ser evitados:
monopólio exclusivo; principal protagonista; manusear com as mãos;
preparar de antemão; prosseguir adiante; prever antes; boato falso;
fato concreto; fato verídico; fato ocorrido; fato acontecido; abertura
inaugural; elo de ligação; acabamento final; conviver junto; detalhes
minuciosos; metades iguais; empréstimo temporário; encarar de frente;
evidência concreta; há anos atrás; planejar antecipadamente; superávit
positivo; criação nova; comparecer pessoalmente; todos foram unânimes.
O filme é baseado em fatos reais? Troque-o por um filme baseado em
fatos ou baseado numa história real, já que história pode ser real
ou não.
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