A
obra Tristão e Isolda é originária de uma tradição oral
popular. Várias são as versões que daí surgiram, as mais
conhecidas são Roman de Tristan, do normando Béroul, que
data de 1170 et Tristan de Thomas d’Angleterre, datada de
1175. A tradução que utilizaremos é do original intitulado Le
Roman de Tristan et Iseut, escrita em 1900, par Joseph Bédier.
Esse
romance entra na história da literatura no século XII, quando esta
deixava de ser exclusivamente em latim, que poucos compreendiam, e
começava a ser escrita nas línguas ditas “vulgares”. Nesse período
tivemos um tipo de narração intitulada literatura cortês,
caracterizada, entre outros, pelo “amor cortês” que, apesar da
oposição, não deixava de possuir alguns traços do “amor dionisíaco”.
Amor cortês foi um conceito europeu medieval de atitudes, mitos e etiqueta para enaltecer o amor, e que gerou vários gêneros de literatura medieval, incluindo o romance. Ele surgiu nas cortes ducais e principescas das regiões onde hoje se situa a França meridional, em fins do século XI. Em sua essência, o amor cortês era uma experiência contraditória entre o desejo erótico e a realização espiritual, "um amor ao mesmo tempo ilícito e moralmente elevado, passional e auto-disciplinado, humilhante e exaltante, humano e transcendente. (pt.wikipedia.org)
Este
tipo de amor representa a relação apaixonada, comumente, entre uma
dama casada e um homem solteiro, dito “jovem” neste contexto
literário. Aí, em seu ápice, este sentimento tornou-se o terreno
onde todas as perfeições morais e culturais floresceram. Devido a
este estilo, o amante é puro e virtuoso.
Na
época, o Teocentrismo e a Igreja, que detinha o poder, tinham uma
influência muito forte sobre os atos e pensamentos humanos, como
podemos observar nesse livro. É mostrado como as pessoas, tanto a
plebe quanto os poderosos, vêem a religião que muitas vezes, era
focalizada através do ponto de vista de um “Falso Poder”; porém,
outras vezes a crença era, realmente,
fortíssima.
A
Igreja, passou, nessa época, a considerar o casamento como um
sacramento equivalente à ordenação eclesiástica. Conseqüentemente,
a separação passou a ser proibida, e o conceito de
indissolubilidade do matrimônio foi adotado. Todavia, para que
fosse contraído, era obrigatório o consentimento dos noivos. Assim
sendo, a mulher poderia ter a liberdade de escolher quem mais lhe
agradasse ou quem fosse digno de conquistá-la.
A
história nos conta que um jovem, chamado Tristão, filho do rei
Rivalino e Brancaflor, ficou órfão e foi servir ao Rei Marcos que,
por sua vez, ficou sabendo que Tristão era seu sobrinho, somente,
quando a corte precisou de um homem forte, de família nobre, para
derrotar um gigante que, já há muito tempo, estava atormentando
seu castelo.
Tempos
passaram e Tristão encontrou uma linda mulher, chamada Isolda, para
que seu tio pudesse se casar, ganhando-a, para ele, em uma luta e,
como o combinado, levou-a para Cornualha. Havia uma poção mágica,
que deveria ter sido dada a Isolda e seu futuro marido, todavia, foi
Tristão quem, por engano, a tomou e os dois se apaixonaram. Como
Isolda era esposa do rei, eles se encontravam às escondidas.
Brangia
a serviçal de Isolda foi a culpada pelo ocorrido e, com a consciência
pesada, criava oportunidades para que o casal adúltero pudesse se
encontrar. Mesmo correndo perigo de serem pegos nas emboscadas
feitas pelos homens da corte, Tristão e Isolda se amaram até a
morte.
Visamos,
aqui, verificar, de maneira concisa, algumas características dos
personagens, e os aspectos que nos ajudam entender a estrutura e sua
importância, tais como: Ordálio, amor cortês e erótico, a religião
e o valor que têm, na obra, as três Isoldas que ocupam um papel
fundamental no desenrolar das ações.
Personagens
Podemos
observar uma mudança de personalidade em Isolda e Tristão conforme
o desenrolar da narrativa.
Falaremos,
primeiramente, de Tristão, que morava com seus pais em Tintagel, até
que um dia, com a morte destes, foi para a Cornualha a procura de
seu tio Rei Marcos. Chegando lá, não se identificou como seu
sobrinho e, mesmo assim, ganhou-lhe a confiança.
Tristão
possuía as características que o definem muito bem como personagem
da literatura cortês: um rapaz forte, inteligente e deveras
habilidoso. Era muito confiante em si mesmo e, para provar a sua
lealdade ao soberano e ao seu povo, usava desta qualidade (ser
forte) para mostrar que era honesto e que jamais seria desleal.
Sendo
muito esperto, disse que traiu Marcos porque estava sob efeito da poção.
Ele pode ser considerado como um homem “normal”, ou seja,
caracterizado como alguém que ama e um herói que luta. Entretanto,
passou de fiel à infiel, coisa que era inadmissível para ele, no
início da narração. A virtude, ocupando lugar de destaque nesse
estilo literário, não permite que os protagonistas assumam sua
culpa, direcionando-a sempre para fora de si. Enquanto herói, Tristão
jamais foi traidor, tornando-se, desta forma, um mito adorado por
todos.
É
possível fazer uma analogia com o nome de Tristão, que seria o
aumentativo de Tristeza, para assim designar a grandeza de seu
sofrimento, na luta entre o amor cortês e dionisíaco, durante todo
o romance.
Outra
personagem central é Isolda, que morava na Irlanda, juntamente com
seus pais, o Rei Gormond e Isolda (a mãe). Igualmente denotando
particularidades do gênero literário cortês, era uma moça muito
bonita, de cabelos loiros e, por isso, muito cobiçada por homens de
todas as idades e posições sociais. Foi, juntamente com Tristão,
para Cornualha, porque estava prometida a se casar com o Rei Marcos.
Por causa de sua acompanhante, Brangia, que a colocou em um triângulo
amoroso, a personalidade de Isolda, sofreu mudanças logo no início
da história, assim prosseguindo até o final, onde já estava
completamente diferente.
No
começo do livro, ela era ingênua, não possuía a malícia de
sair-se bem de certas situações; o convívio com sua serviçal,
Brangia, e com a necessidade de ludibriar seu marido, acabou por
tornar-se uma mulher sagaz, inteligente e por demais esperta,
livrando-se da condenação, com grande astúcia.
Passaremos
ao terceiro personagem: Marcos, o Rei de Cornualha. Vivia rodeado
pelos membros da sua corte e nada fazia sem a aprovação deles.
Talvez, por isso, tenha passado ao leitor, a idéia de não possuir
personalidade própria. Deixava-se levar, sempre, pelas opiniões
dos seus aliados. Por causa das idéias alheias, foi induzido,
principalmente pelos barões, a desconfiar de sua esposa e sobrinho.
Seus
conselheiros eram pessoas invejosas, calculistas e queriam ver Tristão
longe da amada. Armavam todas as emboscadas para que o rei pudesse
ver “com que tipo de mulher ele casara” e que seu sobrinho não
era tão fiel quanto ele pensava. No entanto, a valentia destes
“traidores” não durava muito quando eram postos à luta, pois
eram os primeiros a darem desculpas para livrarem-se da situação.
Quanto
a Brangia, possuía características psicológicas marcantes, porém,
o que a distinguiu dos outros foi, justamente, seu caráter ter
continuado forte desde o início até o final da história.
Serviçal
de Isolda, era fiel à sua senhora e nunca demonstrou ser desleal.
Causadora do triângulo amoroso, desde o ocorrido, nunca mais
abandonou sua patroa. Querendo compensar sua negligência, sempre
fez com que Isolda matasse seu desejo encobrindo o “pecado”. Uma
das provas de fidelidade que Brangia deu à sua senhora, foi quando
deitou-se com Rei Marcos para fazer as vezes de sua esposa, sendo
que ela ainda era virgem.
Assim
como Brangia, temos Jorvenal que, também, foi fiel até a morte de
seu senhor, Tristão. Ele nunca fez nada para que Tristão
desconfiasse de sua lealdade. Por isso, sua personalidade se manteve
estável durante toda a narração.
Ordálio
O
Ordálio consistia a fazer o acusado passar diversas provas físicas
com o objetivo de mostrar sua inocência. Isso acontecia diante da
divindade tutelar da justiça que, por definição, não podia
deixar o inocente sucumbir ou a injustiça triunfar.
Há
quem afirme, por causa do caráter religioso e místico marcante,
que era uma espécie de mandamento que a Igreja possuía para punir
as pessoas que pudessem, naquela época, vir a cometer o adultério.
Não obstante, sendo associado a uma violência extrema, representa,
do ponto de vista teológico, um teste à bondade divina, o que é
condenado claramente pela bíblia e pela Igreja Católica.
Tristão
e Isolda viviam em constantes “provações e emboscadas” e, era
através delas que o Rei Marcos passou a desconfiar da lealdade
dois. A cada aproximação dos amantes, havia um “invejoso” que
tentava mostrar a falta de Tristão, para que o tio visse, com seus
próprios olhos, que estava sendo traído.
Sempre
no momento em que os amantes estavam sendo emboscados, estes
encontravam uma grande saída e, geralmente, eram obrigados a usar
da mentira para que se livrassem dos apuros e, assim, do ordálio.
Após
a noite de núpcias, Kariado[1],
fiel de Marcos, com inveja dos amantes e desejando o lugar de Tristão
perante o soberano, começou a lhe mostrar que estava sendo enganado
pela própria mulher e sobrinho. O rei pôs em prova a lealdade da
esposa, simulando uma viagem, onde Isolda se traiu pedindo que
ficasse protegida pelo amado.
A
estratégia, entretanto, não deu resultado porque Brangia os
alertara sobre o perigo que corriam, avisando-os que Kariado
maquinara tudo para que ela se entregasse. Quando o esposo veio testá-la
pela segunda vez, ela já estava preparada para que não deixasse
que as suspeitas levantadas pelo vassalo prosseguissem, e quando ele
diz: “Bela amiga – disse -, nada me é tão profundamente caro
como vós, e o pensamento de que nos vamos separar, ...(p. 61). Isolda,
em sua perspicácia, responde: “Em nome de Deus, ficai ou
deixai-me, cativa, ir convosco”! (p. 61).
O
rei achou esquisito a esposa ter mudado de idéia quanto a ficar sob
a guarda de Tristão, mas, como ela sabia que estava sendo provada,
prosseguiu a conversa citando-o:
... Finge ser meu amigo porque matou o meu tio e lisonjeia-me para que não me vingue dele, pode no entanto ter isto por certo: todos os seus belos semblantes não me podem consolar da grande dor, da vergonha e do mal que causou a mim e a minha família. Se não fosse vosso sobrinho, há já muito tempo que o teria feito sentir a minha cólera. Queria nunca mais o ver, nunca mais lhe falar.( p. 61).
Kariado
não se convenceu e pediu ao rei para experimentá-la pela terceira
vez. Isolda, novamente, traiu-se, pois não queria que Tristão
fosse embora. Tentou defender a ida do amante. Contudo, quando
percebeu que estava, mais uma vez, sendo provada, soube persuadi-lo
de que Tristão nada representava para ela.
As
dúvidas de Marcos se foram. No entanto, a inveja que os homens da
corte sentiam dos amantes não permitiu que os deixassem em paz.
Assim, nova estratégia foi providenciada. Audret, outro vassalo,
fez com que o soberano fosse testemunhar o encontro dos dois sob um
grande pinheiro. Todavia, como Tristão era uma pessoa muito
esperta, não se intimidou quando percebeu que estava em uma
armadilha, soube sair-se sem deixar nenhuma dúvida de sua
lealdade.
Foi
armada uma quinta emboscada, em que colocaram farinha no chão pra
que deixassem rastros. Tristão, tendo a característica cortês de
jovem deveras astucioso, quase escapou, mas foi apanhado pelo seu próprio
sangue. Desta vez, não houve saída e seu tio acabou presenciando o
ocorrido.
O
fato fez com que o casal amedrontado fugisse, desaparecendo por dois
anos, quando o rei os encontrou deitados numa cabana na floresta e,
ainda assim, mesmo depois de tudo, convenceu-se que não havia sido
traído, pois os encontrou juntos, deitados como irmãos, com a
espada de Tristão desembainhada entre os dois. Este ato significava
“respeito” e, por conseqüência, acreditou na lealdade dos
dois.
Desta
forma, Isolda teve a permissão de permanecer no castelo,
entretanto, Tristão teria que partir. Para que o esposo voltasse a
confiar plenamente em Isolda, esta armou uma situação, onde jurou,
perante o rei Arthur e a Deus, que nunca traíra seu marido. Porém,
consciente de que este falso juramento seria pecaminoso, e
demonstrando sua crença, usou de dúbias palavras para que não
mentisse a Deus e, como sempre, saiu-se bem.
Tristão
voltou a encontrar-se com Isolda, mas o rei desconfiou de sua presença
e foi persuadido, pelos seus “fiéis”, a colocar lanças no chão,
para mais uma tentativa de emboscada. Não obstante, a astúcia de
Tristão foi maior e não se deixou pegar.
Podemos
dizer que a maneira como é mostrado o Ordálio, foi feita uma crítica
a um dos mandamentos da lei de Deus ou, mais especificamente, ao
modo como se tentava impor e conservar o sacramento da Igreja Católica;
pois, como já foi dito, sua finalidade era de punir os amantes em
caso de adultério e traição.
Todo
o desenrolar da obra, marcado pelas tentativas de desmascaramento e
pela vitória dos “pecadores” quer mostrar que a punição não
vem de Deus e este “mandamento” era a amostra de um “falso
poder”: para os que mandavam (governavam) era mais fácil manter o
poder fazendo com que as outras pessoas acreditassem que o Poderoso
iria puní-los aqui mesmo, na terra. Este castigo, entre outros, era
a fogueira. Uma vez que “Deus” fosse o responsável, a culpa
deixava de ser humana.
Por
outro lado, além de ser mostrado que existiam pessoas que se
utilizavam da fé como uma simples forma de provar que era a lei de
Deus que punia e não os homens, é apontado, também, que a fé que
as pessoas desta época possuíam podia ser uma crença verdadeira
ou, apenas, uma educação religiosa recebida dos pais.
A
Religião e a Trindade das Isoldas
Observamos
que a religião tem lugar de destaque, demonstrando a crença e o
misticismo da época. Várias vezes é mencionado o nome de Deus ou
falado claramente sobre a Igreja, santos, sinais religiosos ou,
ainda, há muitas alusões a termos ou fatos bíblicos.
Disso,
queremos destacar a trindade das Isoldas. São três mulheres de caráter
bastante diferentes, mas com o mesmo objetivo: o “amor
verdadeiro”. As características de cada uma destas personagens
estão marcadas pelas suas ações e anseios. Poderia ser uma
analogia ao Pai, Filho, Espírito Santo, cada um com suas características,
todos chamados “Deus”, em busca de um mesmo alvo: não o amor
verdadeiro, mas fazer conhecer esse AMOR que são eles próprios.
Tudo
começou com Isolda, mãe, representando um ser mitológico que
acreditava que, através da poção mágica, a sua filha iria se
apaixonar pelo prometido e ser feliz. Ela estava preocupada com a
preservação da família que a sua filha iria adquirir casando-se
com o Rei Marcos.
Desejava,
além disso, defender a moral de sua filha, pois se caso Isolda não
viesse a gostar do soberano, seu casamento não iria dar certo,
terminando, possivelmente, por um adultério e, conseqüentemente,
pela separação. Naquela época isso seria inadmissível,
escandaloso e imoral. Além do mais, Isolda, a mãe, queria a união
das famílias nobres, ou seja, a união do reino Gormond com o reino
de Marcos.
Isolda
Loira (filha) era a imagem da sedução, sendo que todos os homens não
conseguiam resistir à tal beldade. Era considerada como o símbolo
da beleza. Uma mulher movida pelo amor carnal e pela paixão (o amor
erótico). Amante e amada. Fiel a Tristão, pois por nada deixou de
amá-lo, contudo, infiel ao Rei Marcos, porque jamais deixou de amar
Tristão.
Tudo
isto teve início por causa da poção mágica feita por Isolda mãe.
Antes da poção, Isolda Loira possuía um amor cortês, que foi
transformado no amor erótico, ou seja, o amor dionisíaco que é
conduzido, não pela razão, mas por um feitiço. Um amor que se
transforma numa louca paixão, onde os amantes estão sempre
correndo riscos por causa dela. Assim era o sentimento entre os
personagens principais. Todavia, veremos que, depois do efeito da poção,
eles voltam ao estado inicial recuperando, racionalmente, o amor
cortês.
Com
o fim do sortilégio teve início o predomínio da razão. Tristão
e Isolda Loira agora conscientes dos seus atos, não deixaram de se
amar, mas sabiam que não poderiam continuar juntos ocorrendo, então,
a separação.
Algum
tempo depois que acabou o efeito da poção, Tristão conheceu outra
Isolda, a das mãos brancas, e com ela, viveu um amor cortês. Esta
Isolda era uma mulher bonita, ingênua, pura, leal e honesta. Foi
iludida e aceitou a viver apenas com os carinhos de Tristão. O amor
vivido por esses dois foi movido pela razão e eles acabaram se
casando. Para ele, este casamento foi uma fuga, onde esperava
esquecer a Isolda Loira. O amor carnal não foi concretizado e
deu-se o amor cortês. Mas, esta união não deu em nada,
fracassando.
Isolda
das mãos brancas descobriu que estava sendo enganada e,
impulsionada pelo ciúme, mentiu. A mentira levou Tristão e, em
seguida, Isolda Loira à morte. A concretização do amor em Tristão
e Isolda Loira só foi possível acontecer logo depois de suas
mortes, sendo evidente, assim, que precisaram da terceira Isolda
para que o amor perdurasse eternamente.
No túmulo de Isolda, a loira, plantou uma roseira vermelha e no de Tristão um cepo de nobre vinha. Os dois arbustos cresceram juntos e os seus ramos entrelaçaram-se tão intimamente que foi impossível separá-los; de cada vez que os podavam, tornavam a crescer com todo o vigor e confundiam a sua folhagem. (p. 175).
Constatamos
que a reunião destas três Isoldas resultou na formação da
“mulher comum”, que é a verdadeira deusa. Aquela que tudo faz
pelos filhos e pelo amor quando se sente traída. As ações são
causadas pelas três, e cada uma delas teve fundamental importância
no romance. Importância que, até então, as mulheres não tinham
nas obras literárias.
Temos,
no livro, a ação proveniente dos atos heróicos de Tristão.
Nota-se, claramente, que todo o desencadeamento das ações teve o
seu início, propriamente dito, com a vitória de Tristão sobre o
Norholt. O narrador procurou mostrar todo um mundo de ficção e
magia, com intuito de deixar transparecer, claramente, o sentido e a
capacidade heróica de Tristão.
Esta
obra foi fundamental, para a época, por retratar mudanças ideológicas,
culturais e sociais que estavam ocorrendo. A mulher começava a ter
um papel mais relevante na literatura e isso influenciava em todo
contexto. O papel da religião, também, estava sendo questionado.
Podemos, conseqüentemente, afirmar que a obra foi um grande passo
para os posteriores. A inovação, a partir dela, foi constante,
sobretudo, no que se refere ao lugar que a mulher, a religião e o
poder passam a ocupar, literariamente, daí em diante.
Bibliografia
Tristão
e Isolda. (Trad. de Mª Braamcamp Figueiredo), Rio de Janeiro.
Publicações Europa-América, LDA, 1982.
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