ASA BRANCA
(Luiz GonzaGa)
Quando oiêi a terra ardendo
Quà foguêra de São João
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Pru que tamanha judiação?
Que brasero, que fornáia
Nem um pé de prnatação
Por farta d’água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão
Inté mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão
Entonce eu disse, adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração
Hoje longe muitas légua
Numa triste solidão
Espero a chuva caí de novo
Pra mim vortá pro meu sertão
Quando o verde dos teus óios
Se espaiá na prrantação
Eu te asseguro, num chore não, viu
Que eu voltarei, viu, meu coração
Análise da variação linguística na música “Chopis Centis”
Chopis Centis
Eu dí um beijo nela
e chamei pra passear.
A gente fomos no shopping,
pra mó de a gente lancha.
Comi uns bicho estranho, com um tal de gergelim.
Até que tava gostoso, mas eu prefiro aipim.
Quantcha gente,
E quantcha alegria,
A minha felicidade
é um crediário
nas Casas Bahia.
Esse tal Chopis Centis é muito legalzinho,
prá levar as namorada e dá uns rolêzinho.
Quando eu estou no trabalho,
não vejo a hora de descer dos andaime
prá pegar um cinema, do Schwarzeneger
e também o Van Damme.
Quantcha gente,
E quantcha alegria,
A minha felicidade
É um crediário
nas Casas Bahia.
e chamei pra passear.
A gente fomos no shopping,
pra mó de a gente lancha.
Comi uns bicho estranho, com um tal de gergelim.
Até que tava gostoso, mas eu prefiro aipim.
Quantcha gente,
E quantcha alegria,
A minha felicidade
é um crediário
nas Casas Bahia.
Esse tal Chopis Centis é muito legalzinho,
prá levar as namorada e dá uns rolêzinho.
Quando eu estou no trabalho,
não vejo a hora de descer dos andaime
prá pegar um cinema, do Schwarzeneger
e também o Van Damme.
Quantcha gente,
E quantcha alegria,
A minha felicidade
É um crediário
nas Casas Bahia.
Essa música é um ótimo panorama do que se trata de variações lingüísticas.
Observa-se
a variação social, onde se pode notar o meio social do indivíduo, tal
como seu grau de instrução. Neste caso, o sujeito apresenta-se como uma
pessoa de classe social baixa, como no trecho “A minha felicidade, é um
crediário nas Casas Bahia” (comércio popular); que exerce a profissão de
pedreiro “Quando eu estou no trabalho, não vejo a hora de descer dos
andaime” e com baixa escolaridade, utiliza-se “eu dí um beijo nela” ao
invés da forma culta “eu dei um beijo nela”.
A
variação geográfica, que se trata das diferentes formas de pronuncia,
vocabulário e estruturas sintáticas de cada região, apresenta-se através
do uso da palavra aipim, raiz comestível, que no Brasil, pode ser
conhecida também como macaxeira, mandioca, maniva e pão-de-pobre.
Já
a variação estilística, considerando o indivíduo em um grau de
comunicação informal, quando há um mínimo de reflexão sobre as normas
lingüísticas, utilizado nas conversações imediatas do cotidiano, é
observada nos trechos: “A gente fomos no shopping, pra mó de a gente
lancha”, “Esse tal Chopis Centis, é muito legalzinho”, “Quantcha gente,
quantcha alegria”.
"Nenhuma
língua permanece a mesma em todo o seu domínio e, ainda num só local,
apresenta um sem-número de diferenciações.(...) Mas essas variedades de
ordem geográfica, de ordem social e até individual, pois cada um procura
utilizar o sistema idiomático da forma que melhor lhe exprime o gosto e
o pensamento, não prejudicam a unidade superior da língua, nem a
consciência que têm os que a falam diversamente de se servirem de um
mesmo instrumento de comunicação, de manifestação e de emoção."
(Celso Cunha, em Uma política do idioma)
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