sábado, 20 de outubro de 2012

Análise da Música: Dom Quixote


Dom Quixote
Engenheiros do Hawaii
Composição: Humberto Gessinger / Paulo Galvão
 
Muito prazer, meu nome é otário
Vindo de outros tempos mas sempre no horário
Peixe fora d'água, borboletas no aquário
Muito prazer, meu nome é otário
Na ponta dos cascos e fora do páreo
Puro sangue, puxando carroça
Um prazer cada vez mais raro
Aerodinâmica num tanque de guerra,
Vaidades que a terra um dia há de comer.
"Ás" de Espadas fora do baralho
Grandes negócios, pequeno empresário.
Muito prazer me chamam de otário
Por amor às causas perdidas.
Tudo bem, até pode ser
Que os dragões sejam moinhos de vento
Tudo bem, seja o que for
Seja por amor às causas perdidas
Por amor às causas perdidas. 
 



         Questões:
  1. O eu-lírico da canção se intitula "otário". Que relação pode-se estabelecer entre esse adjetivo e ao Dom Quixote da obra?
  2. Dom Quixote era um sonhador. Relacione essa característica da personagem ao verso "Peixe fora d'água, borboletas no aquário".
  3. Escreva o verso da canção que apresenta uma cena da obra lida. Que sentido tem esse verso depois da frase "Tudo bem, até pode ser"?
  4. O eu-lírico da canção sente-se "deslocado" do mundo em que vive. Como sentia-se Dom Quixote?
  5. Você concorda que Dom Quixote também tinha amor "às causas perdidas"? 
  6. Analise sintaticamente e morfologicamente o texto musical.
Fonte


Leia o livro AQUI.






Por que ler Dom Quixote?
- Algum significado para Dom Quixote?
Num primeiro momento, falamos de Cer­vantes, criador de Dom Quixote e Sancho Pan­ça. . Se for possível, vamos tentar agora uma inter­pretação do "engenhoso Fidalgo, Dom Qui­xote de la Mancha" .
Observação preliminar: "Dom Quixote" pode ser lido singelamente como se lê uma estória. Talvez tenha sido assim que ele foi escrito: com a quase ingênua jubilação de quem vai contando uma aventura, sem mui­ta certeza do que irá acontecer depois, dei­xando-se levar pelo improviso. Cervantes teve real dificuldade de explicar por que tinha es­crito aquele livro, apesar de ele dizer isto num Prólogo cheio de intestinas malícias. Teria ele, de fato, escrito o "Dom Quixote" para com­bater a literatura cavalheiresca, como ficou dito no fim do livro pelo velho fidalgo mori­bundo, retornando à razão e a um simples Alonso Quijano, o Bom? Os melhores comen­tadores não crêem que isto deva ser levado a sério, visto que, naquela época, os romances de cavalaria já estavam completamente sem leitores... Talvez por isso, escreveu Lis Astra­na Martin (importantíssimo biógrafo de Cer­vantes) que "o Quixote é, sem duvida, um li­vro de entretenimento e sem simbolismos, mas livro que se tornou simbólico, livro de dor". (Citado em Vianna MOOG. Heróis da De­cadência, Rio, 1964, p. 103.) Por outro lado, já dizia Goethe a respeito do seu "Fausto": "Per­guntam-me que idéia eu procurei encarnar no meu Fausto. Como se eu soubesse... Como se eu mesmo o pudesse dizer... " (Conversas com Eckermann, dia 6/5/1827.) E ele pedia que não se quisesse sempre descobrir uma idéia su­blime, abstrata, simbólica, por detrás de toda história, só porque essa história se tornou um grande livro da literatura mundial. Essa idéia pode até existir, mas a gente não é sempre obrigado a ficar procurando por ela.
Cervantes pode não ter sido um gênio to­dos os dias de sua vida, o que, ao contrário, parece ter acontecido com Platão, Shakespea­re ou Goethe. Talvez tenha razão Unamuno quando afirma que Cervantes foi um "gênio temporário", nos momentos em que se dei­xava "tomar" pela alma de sua gente. "De­pois do Quixote e antes do Quixote, nada de genial" - pensa Don Miguel de Unamuno. E mesmo durante a criação do Quixote, sua ge­nialidade era intermitente. Quando narrava, quando deixava o espírito do povo falar, gê­nio. Se se punha a fazer crítica literária ou fi­losofia por conta própria - manifestava uma verdadeira "opilação intelectual". (Cf. UNA­MUNO. Ensayos - V, p. 223.) Mas houve Dom Quixote. Dom Quixote não é apenas a perso­nagem "Quixote". É, pelo menos, Sancho Pança também. Os dois expressam as duas faces da Espanha. Mais até: as duas faces do ho­mem. Todos nós, de uma forma ou de outra, somos um pouco Quixotes e Panças. Fernan­do Collor ou Irmã Dulce. Gorbatchev ou Ka­rol Wojtyla. Esses são quixotes e sanchos pú­blicos. Mas, na vida privada ou municipal, você vai encontrá-los a todo momento, no jo­vem que acaba de casar e acredita em moi­nhos de vento e dulcinéias, mas se sente ar­rastado ao terra-a-terra pela resistente reali­dade, ou na moça que entra para o convento e se entrega inteira ao Cristo, aos pobres, ao Amor, ..
Não interessa muito o que o autor tenha pensado de sua obra. O mais provável é que Cervantes, como em geral os grandes auto­res, não tenha percebido, com clareza, toda a importância de seu livro. O próprio Goethe observa que é preciso ensinar ao criador o sen­tido daquilo que ele criou... (Cf. Fitzmaurice, cit. em Vianna Moog, o.c., p. 102.) Uma obra, uma vez escrita, começa a ter vida própria, independente de seu autor. Sobretudo quan­do se trata de uma obra-prima como "Dom Quixote". O que Cervantes queria ou não que­ria ao escrevê-la, é apenas, se se puder conse­guir uma resposta, uma questão histórica, passada. O que vale "Dom Quixote", isto ele continuará valendo mesmo que não se lhe co­nhecesse o autor. 









sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Requisitos Básicos para Apresentação do Seminário

 Avaliação do Seminário:


             Indicadores                                             Pontuação                                   Observações
01
Abordou os conteúdos de acordo com os objetivos propostos.
0
1
2
3
4
5

02
Demonstrou domínio e segurança na abordagem do tema.
0
1
2
3
4
5


03
Forneceu informações extras e relevantes sobre o tema.
0
1
2
3
4
5


04
Ilustrou adequadamente com exemplos práticos.
0
1
2
3
4
5


05
Foi claro e objetivo na exposição.

0
1
2
3
4
5


06
Distribuiu adequadamente o tempo disponível para a exposição .
0
1
2
3
4
5


07
Mostrou domínio no uso de recursos e técnicas didáticas.
0
1
2
3
4
5


08
Propiciou a participação do grupo (Sala)
0
1
2
3
4
5


09
Demonstrou    competência na condução das discussões.
0
1
2
3
4
5


10
Esclareceu bem as dúvidas surgidas, se necessário intervenção do professor (01 pergunta) .
0
1
2
3
4
5


11
Apresentou o resumo do trabalho para os demais colegas (sala).
0
1
2
3
4
5


12
Concluiu o tema relacionando os pontos essenciais abordados.
0
1
2
3
4
5









segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Dia do Professor - Reflexão


 

O Professor 

Tânia Maya

Quem com pó de giz
Um lápis e apagador
Deu o verbo a Vinícius
Machado de Assis, Drummond?
Quem ensinou piano ao Tom?
Quem pôs um lápis de cor
Nos dedos de Portinari,
Picasso e Van Gogh?
Quem foi que deu asas a
Santos Dumont?
Crianças têm tantos dons
Só que, às vezes, não sabem
Quantos só se descobrem
Porque o mestre enxergou
e incentivou...
É, só se faz um país com professor
Um romance, um croquis, com professor
Um poema de amor, dim dim
Um país pra ensinar seus jovens
É, só se faz um país com professor
Um romance, um croquis, com professor
Um poema de amor, dim dim...

 

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

VERBOS TRANSITIVOS E INTRANSITIVOS

VERBOS TRANSITIVOS E INTRANSITIVOS

A palavra transitivo vem do latim transitivus ¬ transitare, que quer dizer passar, decorrer.
Veja a palavra trânsito tem a mesma origem e quer dizer passagem, circulação de veículos, entre outros significados.

Tendo isso em vista, os verbos classificam-se em transitivos e intransitivos.

Mas, o que é um verbo transitivo?

Relacionando-o ao significado da palavra transitivo, é o que precisa de um complemento para que a ação que expressa tenha sentido, isto é, para que a frase tenha sentido, o significado do verbo transita para um complemento. Dito gramaticalmente, o verbo precisa de um complemento.

Exemplos:
Comprei tomates.
Não gosto de maçãs verdes.
Ela deu o presente à sua mãe.

Os verbos transitivos podem ser:

1) Transitivos diretos: Marta vendeu seu apartamento.(Marta vendeu o quê? = seu apartamento)O significado do verbo vender se completa com um termo a ele ligado diretamente, isto é, sem auxílio preposição.
Este complemento se chama objeto direto.

2) Transitivos indiretos: Creio em Deus.(Creio em quem?=em Deus)
O significado do verbo crer se completa com um termo a ele ligado indiretamente, isto é, com auxílio de preposição.
Este complemento se chama objeto indireto.
3) Transitivos diretos e indiretos: Aconselho meus alunos a lerem todos os dias.(Aconselho quem? a quê? = meus alunos a lerem todos os dias)
O verbo aconselhar necessita de dois termos para completar seu sentido: um ligado a ele sem preposição, e outro, com preposição.
Neste caso, temos um objeto direto e um objeto indireto.
E o que é um verbo intransitivo?

É o que já tem sentido completo, que não precisa de complemento. O prefixo in indica negação. Intransitivo = não-transitivo, o seu significado não precisa transitar para um complemento.
A criança
dormiu.(O verbo dormir não precisa nem de objeto direto nem de objeto indireto).

Referências

CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima Gramática da LínguaPortuguesa. 46. Ed. São Paulo: Ed. Nacional, 2005.

http://www.mundovestibular.com.br/articles/1686/1/VERBOS-TRANSITIVOS-E-INTRANSITIVOS/Paacutegina1.html

http://www.gramaticaonline.com.br/gramatica/janela.asp?cod=58

http://www.brasilescola.com/gramatica/regencia-verbal.htm

Mardilê Friedrich Fabre
 



Aposto e Vocativo

Vocativo: Para "chamar" o ouvinte


Apesar do nome deste conceito de análise sintática, o vocativo é um termo isolado da oração que faz parte do seu dia a dia. Veja o que é e saiba como identificá-lo.

"Ó de casa, posso entrar?"

Você já deve ter ouvido essa expressão curiosa e indiscreta. Pois bem, a expressão "ó de casa" no exemplo acima é um vocativo.

Vocativo é a expressão que indica um apelo. Usando um vocativo podemos invocar, no discurso direto, um interlocutor. É por isso que o uso do vocativo marca a existência de um diálogo, real ou imaginário.

Podemos ver vários exemplos de vocativos usando a interjeição ó.


Ó meu Deus, que vou fazer agora?
Ó minhas filhas, não me façam sofrer.
Temos o vocativo até no Hino Nacional, você se lembra?

Ó Pátria amada, idolatrada, salve salve!
O vocativo é utilizado tanto na linguagem afetiva ou coloquial como na linguagem elevada e poética.

Vamos ver como o poeta árcade Tomás Antonio Gonzaga chamou sua amada Marília dentro de seus versos:

Enquanto pasta alegre o manso gado,
Minha bela Marília, nos sentemos
À sombra deste cedro levantado.
O poeta romântico Castro Alves também usou o recurso do vocativo:

Dizei-me vós, senhor Deus!
Na linguagem de todos os dias, o vocativo está sempre presente. Quando redigimos cartas ou bilhetes a alguém, usamos o vocativo. Quer ver?

Querido Paulo:
Espero que você esteja bem.
No caso de cartas comerciais ou ofícios, há possibilidades diferentes de usar a pontuação.

Querido Paulo, [com vírgula]
Querido Paulo: [com dois pontos]
Querido Paulo [sem nada: uma versão mais simples]

O vocativo pode estar no início, no meio ou no fim da oração:

Minha bela, os mares não se movem...
Os mares, minha bela, não se movem...
Os mares não se movem, minha bela...


Sempre, sempre o vocativo aparece isolado entre vírgulas, se estiver no meio da oração. Claro, se estiver no começo, usamos a vírgula depois. Se o vocativo estiver no fim da oração, usamos a vírgula antes.

Outra curiosidade, pensando em análise sintática. O vocativo, por se referir a um interlocutor, não está subordinado a nenhum termo da oração.

Só mais um detalhe: Não confunda a interjeição ó com oh!, que exprime admiração, alegria ou qualquer outra forte emoção. Depois do oh exclamativo usamos uma vírgula, o que não acontece com o ó vocativo.

Oh, céus! Oh, dia! Oh, azar!

Ah, só para completar o diálogo no comecinho desse texto:

"Ó de casa, posso entrar?"
"Claro, meu amigo! Estava mesmo pensando em você."
"Oh!"

Fonte 





quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Interpretação Textual - Música

 Marvin  ( Titãs)


Meu pai não tinha educação
Ainda me lembro
Era um grande coração
Ganhava a vida
Com muito suor
E mesmo assim
Não podia ser pior
Pouco dinheiro
Prá poder pagar
Todas as contas
E despesas do lar...

Mas Deus quis

Vê-lo no chão
Com as mãos
Levantadas pr'o céu
Implorando perdão
Chorei!
Meu pai disse:
"Boa sorte"
Com a mão no meu ombro
Em seu leito de morte
E disse:
"Marvin, agora é só você
E não vai adiantar
Chorar vai me fazer sofrer"...

E três dias depois de morrer

Meu pai, eu queria saber
Mas não botava
Nem os pés na escola
Mamãe lembrava
Disso a toda hora...

E todo dia

Antes do sol sair
Eu trabalhava
Sem me distrair
As vezes acho que
Não vai dar pé
Eu queria fugir
Mas onde eu estiver
Eu sei muito bem
O que ele quis dizer
Meu pai, eu me lembro
Não me deixa esquecer
Ele disse:
"Marvin, a vida é prá valer
Eu fiz o meu melhor
E o seu destino
Eu sei de cor"...

-"E então um dia

Uma forte chuva veio
E acabou com o trabalho
De um ano inteiro
E aos treze anos
De idade eu sentia
Todo o peso do mundo
Em minhas costas
Eu queria jogar
Mas perdi a aposta"...

Trabalhava feito

Um burro nos campos
Só via carne
Se roubasse um frango
Meu pai cuidava
De toda a família
Sem perceber
Segui a mesma trilha
E toda noite minha mãe orava
Deus!
Era em nome da fome
Que eu roubava
Dez anos passaram
Cresceram meus irmãos
E os anjos levaram
Minha mãe pelas mãos
Chorei!
Meu pai disse:
"Boa sorte"
Com a mão no meu ombro
Em seu leito de morte
E disse:

"Marvin, agora é só você

E não vai adiantar
Chorar vai me fazer sofrer"
"Marvin, a vida é prá valer
Eu fiz o meu melhor
E o seu destino eu sei de cor"...(2x)

Reflexão:

Podemos mudar nossos destinos, ou ele já está escrito?