sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

1º Bimestre- Literatura - Pré-Modernismo

Pré-Modernismo e Algumas de suas Obras

O Pré-Modernismo não pode ser considerado um escola literária, mas sim um período literário de transição do Realismo/Naturalismo para o Modernismo. De caráter inovador, a maioria de seus membros não se enquadra como Modernistas por não terem sobrevivido o suficiente para participar ou terem criticado o movimento.

O avanço científico e tecnológico no início do século XX traz novas perspectivas à humanidade. As invenções contribuem para um clima de conforto e praticidade. Afinal, o telefone, a lâmpada elétrica, o automóvel e o telégrafo começam a influenciar, definitivamente, a vida das pessoas.
Além dessas, a arte mostrou um inovado meio de comunicação, diversão e entretenimento: o cinema.

É em meio a tanto progresso que a 1ª Guerra Mundial eclode. Em meio a tantos acontecimentos, havia muito que se dizer, e por isso, a literatura é vasta nos primeiros anos do século XX. Logo, os estilos literários vão desde os poetas parnasianos e simbolistas (que ainda produziam) até os que se concentravam na política e nas peculiaridades de sua região.


Chamamos de Pré-Modernismo a essa fase de transição literária entre as escolas anteriores e a ruptura dos novos escritores com as mesmas.


Enquanto a Europa preparava-se para a guerra, o Brasil vivia a chamada política do “café-com-leite”, onde os grandes latifundiários do café dominavam a economia.


Ao passo que esta classe dominante e consumista seguia a moda europeia, as agitações sociais aconteciam, principalmente no Nordeste.


Na Bahia, ocorre a famosa “Revolta de Canudos”, que inspirava a obra “Os Sertões” do escritor Euclides da Cunha. Em 1910, a rebelião “Revolta da chibata” era liderada por João Cândido, o “Almirante Negro”, contra os maltratos vividos na Marinha.


Aos poucos, a República “café-com-leite” ficava em crise e em 1920 começam os burburinhos da Semana de Arte Moderna, que marcaria o início do Modernismo no Brasil.


Os principais escritores pré-modernistas são: Euclides da Cunha, Lima Barreto, Monteiro Lobato, Graça Aranha e Augusto dos Anjos.


Os marcos literários são, especialmente, o já citado “Os Sertões”, de Euclides da Cunha, e Canaã, de Graça Aranha.


O Pré-Modernismo não chega a ser considerado uma “escola literária”, pois não há um grupo de escritores que seguem a mesma linha temática ou os mesmos traços literários.

Fonte 

Euclides da Cunha
 
Euclides Rodrigues Pimenta da Cunha nasceu a 20 de janeiro de 1866 e morreu envolvido num grande escândalo familiar, assassinado em duelo pelo amante da esposa, a 15 de agosto de 1909. Se formou engenheiro militar em 1892, exerceu a função de engenheiro civil. Foi membro da ABL, do Instituto Histórico e catedrático em Lógica pelo Colégio Dom Pedro II. Viajou muito e escreveu Os Sertões pela experiência própria de ter testemunhado a Guerra de Canudos como correspondente jornalístico do Estado de São Paulo.
Positivista, por alguns autores é considerado um naturalista, mas seu estilo pessoal e inconformismo caracterizam-no como um pré-modernista. As passagens a seguir provém de Os Sertões, sendo cada uma de uma parte da obra.
"Ao passo que a caatinga o afoga; abrevia-lhe o olhar; agride-o e estonteia-o; enlaça-o na trama espinescente e não o atrai; repulsa-o com folhas urticantes, com o espinho, com os gravetos estalados em lanças; e desdobra-se lhe na frente léguas e léguas, imutável no aspecto desolado: árvores sem folhas, de galhos estorcidos e secos, revoltos, entrecruzados, apontando rijamente no espaço ou estirando-se flexuosos pelo solo, lembrando um bracejar imenso, de tortura, da flora agonizante..." Os Sertões - A Terra
"Porque não no-los separa um mar, separam-no-los três séculos..." Os Sertões - O Homem
"E volvendo de improviso às trincheiras, volvendo em corridas para os pontos abrigados, agachados em todos os anteparos [...] os triunfadores, aqueles triunfadores memorados pela História, compreenderam que naquele andar acabaria por devorá-los, um a um, o último reduto combatido. Não lhes bastavam seis mil Mannlichers e seis mil sabres; e o golpear de doze mil braços [...] ; e os degolamentos, e a fome, e a sede; e dez meses de combates, e cem dias de canhoneio contínuo; e o esmagamento das ruínas; e o quadro indefinível dos templos derrocados; e por fim, na ciscalhagem das imagens rotas, dos altares abatidos, dos santos em pedaços - sob a impassibilidade dos céus tranquilos e claros - a queda de um ideal ardente, a extinção absoluta de uma crença consoladora e forte..." Os Sertões - A Luta
Monteiro Lobato

José Bento Monteiro Lobato nasceu em 18/04/1882 como José Renato Monteiro Lobato e mudou seu nome mais tarde para poder usar a bengala com as iniciais JBML do pai. Bacharel em Direito contra a vontade, dizia sempre o que pensava e defendia a verdade. Escreveu livros para crianças e iniciou o movimento editorial brasileiro. Meteu-se em encrenca ao afirmar que o Brasil tinha petróleo (e estava certo). Editou livros para adultos e, desgostoso, voltou a literatura infantil. Morreu a 04/07/48. Em Urupês aparece pela primeira vez a figura de Jeca Tatu. Seu outro livro de contos muito famoso, que se junta a sua bibliografia de 30 obras é Cidades Mortas. Uma característica única de Monteiro Lobato é sua linguagem, simplificada, mais até do que a atual gramática oficial.
"Como se fosse de natural engraçado, vivera até ali da veia cômica, e com ela amanhara casa, mesa, vestuário e o mais. Sua moeda corrente era micagens, pilhérias, anedotas de inglês e tudo quanto bole com os músculos faciais do animal que ri, vulgo homem, repuxando risos ou matrecolejando gargalhadas." Urupês
"Pobre Jeca Tatu! Como és bonito no romance e feio na realidade!" Urupês
"A quem em nossa terra percorre tais e tais zonas, vivas outrora, hoje mortas, ou em via disso, tolhidas de incansável caquexia, uma verdade, que é um desconsolo, ressurte e tantas ruínas: nosso progresso é nômade e sujeito a paralisias súbitas. Radica-se mal. Conjugado a um grupo de fatores sempre os mesmos, reflui com eles duma região para outra. Não emite peão. Progresso de cigano, vive acampado. Emigra, deixando para trás de si um rastilho de taperas." Cidades Mortas
Os seguintes são resumos de obras literárias que se enquadram no período do Pré-Modernismo. O Pré-Modernismo foi um período literário caracterizado por inovações como o uso de linguagem mais próxima da falada e a focalização nos problemas reais do Brasil da época, mas com características conservadoras que provinham do Realismo e do Naturalismo. Além destes resumos também são dignos de nota os dos contos de Lima Barreto.

Link para baixar: Cidades Mortas

Triste Fim de Policarpo Quaresma
Autor: Lima Barreto
O livro conta a história do Major (ele não era, apenas o chamavam, mas vem a se tornar mais tarde) Policarpo Quaresma, um nacionalista exaltado e ufanista que romantiza todo o Brasil. Na primeira parte da história tenta fazer um a revolução social de costumes, é considerado louco e internado. Na segunda torna-se fazendeiro e planeja reformas nacionais tendo como base a agricultura. Na terceira se envolve nas Segunda Revolta da Armada, no lado governista e planeja mudanças políticas. Ao defender alguns prisioneiros, passado a revolta, é preso e supostamente fuzilado no final. Toda a história apresenta os funcionários corruptos, ineficientes e bajuladores, a preguiça, a incompetência, a falsidade e a traição no cenário político-social brasileiro. Várias histórias passam-se no pano de fundo, notavelmente as de Ismênia e Olga, duas jovens muito distintas que encaram de modo diferente o casamento.

Link para baixar o livro: Triste fim de Policarpo Quaresma

Recordações do Escrivão Isaías Caminha
Autor: Lima Barreto
Este foi o primeiro livro publicado do autor e tem nítidos tons autobiográficos. O jovem mulato Isaías, filho de uma negra e um padre, vai ao Rio de Janeiro estudar e trabalhar. Após penar com o preconceito várias vezes consegue um emprego de contínuo (algo como um office-boy) no jornal oposicionista "O Globo". Dirigido por Loberant (um anagrama para Beltrano), O Globo é povoado pelos críticos literários estúpidos, jornalistas desonestos e gramáticos puristas exagerados do tempo. Em meio às falcatruas do Quarto Poder Isaías testemunha os absurdos de sua época. Quando Floc (o crítico literário) se mata, Isaías torna-se repórter após testemunhar uma orgia de Loberant ao avisá-lo do acontecimento. Isaías vai assim integrando-se ao sistema e vê os rostos mudarem: o estrangeiro combativo que lhe introduziu ao Globo sai após o jornal passar para o governo (conseguiu Loberant o favor que queria) e o gramático enlouquece com os constantes erros do falar de todos que o cercam.
Clara dos Anjos
Autor: Lima Barreto
Passado no subúrbio do Rio de Janeiro, Clara dos Anjos conta sobre a jovem e ingênua mulata Clara, filha do carteiro Joaquim dos Anjos, que é seduzida pelo malandro Cassi Jones. Cassi é um jovem branco, ignorante e torpe, que usa este sobrenome porque, supostamente, descende de um nobre inglês. Seu pai não fala mais com ele após suas diversas aventuras que desonraram várias donzelas e acabaram com vários casamentos (a mãe de uma das vítimas se suicidou; o marido que ela arranjou depois distribui anonimamente um dossiê sobre Cassi pelo RJ). Cassi toma Clara como seu próximo alvo e vai tentando se aproximar dela. Começa pela festa de aniversário desta e vai seguindo, apesar dos pais dela não deixarem e do padrinho dela e tantos outros falarem sobre ele. Clara não acredita e continua curiosa sobre Cassi. Cassi passa a usar um velho, "dentista", que tratava de Clara; ele manda as cartas de um e outro. Depois de um tempo Cassi parte para São Paulo para um possível emprego; Clara está grávida. Após pensar em aborto, Clara revela a verdade à mãe, que vai falar à família de Cassi. Lá ela é tratada como só "mais uma mulatinha" e percebe a verdade total. Pontilhado com referências sobre o preconceito racial (um dos personagens é poeta Leonardo Flores; mulato e talentoso, fica pobre pois foi explorado), este foi o primeiro romance de Lima Barreto mais um dos últimos a ser publicado. Todos os personagens são tipicamente suburbanos e o vocabulário já transpira a coloquialidade como é característico ao autor.


Vida e Morte de M. J. Gonzaga de Sá
Autor: Lima Barreto
O título desta obra é enganador: pouco se vê da vida ou da morte de Manuel Joaquim Gonzaga de Sá. O que se vê são conversas entre o sexagenário Gonzaga de Sá e seu jovem amigo Augusto Machado (mulato, é um dos muitos alter-egos do autor), onde o que transpira é uma conversa do autor consigo próprio, denunciando sempre os absurdos: burocrata da Secretaria de Cultos, Gonzaga de Sá critica sempre a mania estúpida de aristocracia (logo ele, que descendente de Salvador de Sá) e a burocracia ineficiente, arcaica, mesquinha e inútil. Existem ainda mais umas pitadas dos temas eternos de Lima Barreto: uma crítica ao preconceito, ao governo, a sociedade; a tudo, enfim, que de podre afligia então e aflige hoje a humanidade. Existe ainda um conto relacionado: Três Gênios de Secretaria.

Os Bruzundangas
Autor: Lima Barreto
Sátira. Bruzundanga é um país fictício, parecidíssimo com o Brasil do começo do século e o de hoje, cheio de elites incultas dominando um povo, com racismo (javaneses lá, mulatos como o autor cá), pobreza, obsessão com títulos e riquezas e uma literatura de enfeite, sem sentido e desatualizada. O livro é um diário de viagem de um brasileiro que morou tempos na Bruzundanga, conheceu sua literatura, a escola samoieda (falsa, monótona e afastada da cultura, com autores fúteis e aconchavados com a classe dominante); sua economia confusa que exauri a riqueza do país, sendo dominada pelos cafeeiros da província de Kaphet. Mostra também a obsessão por títulos como os de nobreza e os de doutor, mesmo quando seus possuidores não são nobres e são pouco letrados. A seguir critica a legislação (a Constituição, baseada na de um país visitado por Gulliver, tem uma lei que diz que se a lei não for conveniente a situação ela não é válida), a política (os presidentes, chamados Mandachuvas, assim como os ministros, os heróis e os deputados, são estúpidos e vazios), o processo democrático (tão corrupto quanto era na República Velha), a ciência, o resto da cultura (quase nula, por vezes perto do negativo), o exército e a política internacional. Repleto de caricaturas de personagens da vida política da época, como Venceslau Brás e o Barão de Rio Branco, o livro é uma crítica ferina a sociedade brasileira, sua literatura sorriso da sociedade e sua organização político-econômica.

Cidades Mortas
Autor: Monteiro Lobato
Em Cidades Mortas a língua ferina de Monteiro Lobato ataca o marasmo político-econômico-literário de seu tempo. Nos contos "Cidades Mortas" e "Café! Café", assim como parcialmente em outros, critica a queda do café e seus efeitos na população que sobrevivia dele. Em outras histórias insere a críticas a literatura tediosa e fraca de seu tempo (citando Alberto de Oliveira e Bernardo Guimarães por nome), ao desprezo pela honestidade, ao absurdo e ridículo das cidades do interior paulista (principalmente a fictícia Itaoca, mas cidades cujo nome começa com "Ita" aparecem em vários contos para mostrar cidades pequenas com habitantes com egos inflados), à crueldade e estupidez humanas, ao exagero de nacionalismo com a participação na Primeira Guerra (no conto "O espião alemão"), ao abuso feito por aproveitadores com os que trabalharam duro e várias pequenas histórias onde todos esses temas são tocados.
Urupês
Autor: Monteiro Lobato
Urupês não contém uma única história, mas vários contos e um artigo, quase todos passados na cidadezinha de Itaoca, no interior de SP, com várias histórias, geralmente de final trágico e algum elemento cômico. O último conto, Urupês, apresenta a figura de Jeca Tatu, o caboclo típico e preguiçoso, no seu comportamento típico. No mais, as histórias contam de pessoas típicas da região, suas venturas e desventuras, com seu linguajar e costumes.
Eu
Autor: Augusto dos Anjos
Eu, única obra de Augusto dos Anjos, reúne sua obra poética. De linguagem cientificista (a minha edição tem "só" 373 notas de fim), o poeta mostra uma obsessão com a morte simultânea a sua aversão a ela. Fala de si mesmo, da doença que o vitimou (tuberculose), da humanidade, dos sentimentos, do banal; tudo pessimismo, linguagem e técnica impecável. O vocabulário e as imagens poéticas, que incluem expressões como "escarra esta boca que te beija", levaram os críticos da época a considerá-lo um poeta de mau gosto; não é verdade. Augusto dos Anjos em Eu demonstra uma visão de mundo como a de Machado que não se manifesta do mesmo modo sutil, mas é igualmente poderosa. Parnasiano na forma e simbolista nas imagens, Augusto dos Anjos é um pré-modernista e mostra nesta obra por seu estilo único e inconfundível.
Contos Gauchescos
Autor: Simões Lopes Neto
Os Contos Gauchescos são uma coleção de contos que tem como ambientação no pampa gaúcho. Contado pelo envelhecido vaqueano Blau Nunes, as histórias contam de aventuras de peões e soldados. Ora protagonizadas, ora testemunhadas por Blau, as histórias narram sempre sobre o gaúcho, guerreiro, trabalhador, rústico. Nelas a linguagem é sempre um dialeto característico do interior do Rio Grande do Sul e existe um enorme respeito pelos elementos deste estilo de vida: os animais, os instrumentos, a paisagem. Existe também uma grande exaltação do espírito guerreiro do gaúcho, especialmente nas narrativas de guerra, ambientadas na maioria das vezes na Revolução Farroupilha.
Lendas do Sul
Autor: Simões Lopes Neto
Este livro reconta várias das lendas ancestrais do Rio Grande do Sul, passadas de boca a boca principalmente pelo interior. Apesar de várias lendas menores recontadas terem raízes também pelo resto do país, as três mais importantes são gaúchas: Boitatá, Salamanca do Jarau e Negrinho do Pastoreio. A Boitatá é a famosa cobra de fogo que assim ficou por comer os olhos dos animais. O Negrinho do Pastoreio é o escravo afilhado de Nossa Senhora que agora acha as coisas para aqueles que as perderam. A Salamanca do Jarau é sobre a princesa moura e a fortuna que guardava. Esta lenda, que inspirou Érico Veríssimo a escrever partes de O Tempo e O Vento - O Continente, tem a participação de Blau Nunes, o vaqueano criado por Simões Lopes Neto para Contos Gauchescos.
Casos do Romualdo
Autor: Simões Lopes Neto
Completando as histórias de Simões Lopes Neto sobre o RS, este livro conta os vários casos de Romualdo, gaúcho do interior, contidos em suas memórias, que fariam corar o Barão de Munchausen. Entre outras coisas, vê-se o parto de 87 ao mesmo tempo e da mesma mãe, a caça de onças a vela, o desenroscamento de tatus (não perguntem) e várias outras histórias hilárias de caça, viagem e outros assuntos relacionadas ao RS, contadas no estilo de fala do estado.
Canaã
Autor: Graça Aranha
Canaã conta a história de Milkau e Lentz, dois jovens imigrantes alemães que se estabelecem em Porto do Cachoeiro, ES. Amigos e antagônicos ao mesmo tempo, Milkau é a integração e a paz, admirando o Novo Mundo, Lentz é a conquista e a guerra, pensando no dia que a Alemanha invadirá e conquistará aquela terra. Ainda assim, ambos se unem e trabalham juntos na terra e prosperam. Mais tarde aparece Maria, filha de imigrantes pobres, que é abandonada ao léu quando morre seu protetor e lhe abandona o amante, que pensava ser seu futuro marido. Vagando, tomada como louca e prostituta, é rejeitada até na igreja antes de ser salva por Milkau, quem conheceu uma vez em uma festa e vai morar numa fazenda. Lá continua a ser maltratada até que um dia seu filho é morto por porcos e ela é acusada de infanticídio. Na cadeia Milkau passa a visitá-la enquanto ela é repudiada pela cidade inteira. Por fim a salva com uma fuga no meio da noite. A história em si é apenas pano de fundo para as discussões ideológicas entre Milkau e Lentz, somando-se a isto retratos da imigração alemã e da corrupta administração brasileira da época (notavelmente no capítulo VI).
Os Sertões
Autor: Euclides da Cunha
Este livro é dividido em três partes: A Terra, O Homem e A Luta. A Terra é uma descrição detalhada feita pelo cientista Euclides da Cunha, mostrando todas as características do lugar, o clima, as secas, a terra, enfim. O Homem é uma descrição feita pelo sociólogo e antropólogo Euclides da Cunha, que mostra o habitante do lugar, sua relação com o meio, sua gênese etnológica, seu comportamento, crença e costume; mas depois se fixa na figura de Antônio Conselheiro, o líder de Canudos. Apresenta se caráter, seu passado e relatos de como era a vida e os costumes de Canudos, como relatados por visitantes e habitantes capturados. Estas duas partes são essencialmente descritivas, pois na verdade "armam o palco" e "introduzem os personagens" para a verdadeira história, a Guerra de Canudos, relatada na terceira parte, A Luta. A Luta é uma descrição feita pelo jornalista e ser humano Euclides da Cunha, relatando as quatro expedições a Canudos, criando o retrato real só possível pela testemunha ocular da fome, da peste, da miséria, da violência e da insanidade da guerra. Retratando minuciosamente movimento de tropas, o autor constantemente se prende à individualidade das ações e mostra casos isolados marcantes que demonstram bem o absurdo de um massacre que começou por um motivo tolo - Antônio Conselheiro reclamando um estoque de madeira não entregue - escalou para um conflito onde havia paranóia nacional pois suspeitava-se que os "monarquistas" de Canudos, liderados pelo "famigerado e bárbaro Bom Jesus Conselheiro" tinham apoio externo. No final, foi apenas um massacre violento onde estavam todos errados e o lado mais fraco resistiu até o fim com seus derradeiros defensores - um velho, dois adultos e uma criança.


Pré-Modernismo contexto histórico 

 

Enquanto a Europa se prepara para a Primeira Guerra Mundial, o Brasil começa a viver, a partir de 1894, um novo período de sua história republicana: com a posse do paulista Prudente de Morais, primeiro presidente civil, inicia-se a "República do café-com-leite", dos grandes proprietários rurais, em substituição a "República da Espada" (governos do marechal Deodoro e do marechal Floriano). É a áurea da economia cafeeira no Sudeste; é o movimento de entrada de grandes levas de imigrantes, notadamente os italianos; é o esplendor da Amazônia com o ciclo da borracha; é o surto de urbanização de São Paulo.
Mas toda esta prosperidade vem deixar cada vez mais claros os fortes contrastes da realidade brasileira. É, também, o tempo de agitações sociais. Do abandono do Nordeste partem os primeiros gritos da revolta. Em fins do século XIX, na Bahia, ocorre a Revolta de Canudos, tema de Os sertões, de Euclides da Cunha; nos primeiros anos do século XX, o Ceará é o palco de conflitos, tendo como figura central o padre Cícero, o famoso "Padim Ciço"; em todo o sertão vive-se o tempo do cangaço, com a figura lendária de Lampião.
O Rio de Janeiro assiste, em 1904, a uma rápida mais intensa revolta popular, sob o pretexto aparente de lutar contra a vacinação obrigatória idealizada por Oswaldo Cruz; na realidade, tratava-se de uma revolta contra o alto custo de vida, o desemprego e os rumos da República. Em 1910, há outra importante rebelião, desta vez dos marinheiros liderados por João Cândido, o "almirante negro", contra o castigo corporal, conhecida como a "Revolta de Chibata". Ao mesmo tempo, em São Paulo, as classes trabalhadoras sob a orientação anarquista, iniciam os movimentos grevistas por melhores condições de trabalho.
Essas agitações são sintomas de crise na "República do café-com-leite", que se tornaria mais evidente na década de 1920, servindo de cenário ideal para os questionamentos da Semana da Arte Moderna.




11 comentários:

  1. o pré-modernismo foi a porta de entrada para o modernismo com autores ainda não querendo largar o realismo.mas foi acontecendo aos poucos, foram muito perseguidos pelas elites a qual criticavam.


    HEMERSON

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  2. O PRÉ-MODERNISMO FOI UM PERÍODO LITERÁRIO DO REALISMO,NATURALISMO PARA O MODERNISMO



    GEIZIANE 3 D

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  3. O PRE-MODERNISMO É O PROCESSO DE MUDANÇA DO MODERNISMO PARA O REALISMO!




    FERNANDO 3°D

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  4. O pré-modernismo foi a preparação para a chegada do Modernismo,explica muito que apesar de se um tema muito falado não foi muito dominante no começo, fala que foi um movimento literário e artístico.Elis Suéllem.

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  5. O PRÉ-MODERNISMO É O PROCESSO DE MUDANÇA DO MODERNISMO PARA O REALISMO!




    FERNANDO 3°D

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  6. A passagem de transição , é d suma importância para todos nós , todos devemos entender tudo à quilo que nos diz respeito, ou se refere a nossa história. Os autores pré-modernistas não nos deixam a desejar quando o assunto é relatar tudo aquilo que realmente nos interessa .
    Renan Morel 3 D

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  7. No que a História faz parte para o Realismo e Naturalismo?

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  8. O pré-modernismo foi um período literário brasileiro,que marca a transição entre o simbolismo e modernismo e o movimento modernista seguinte.Os principais pré-modernistas foram:Euclides da Cunha,Lima Barreto,Monteiro Lobato,entre outros.
    Modernismo é um termo genérico que designa uma vasta produção literária que abrangeria os primeiros 20 anos deste século.
    Politicamente, vivia-se o período de estabilização do regime republicano e a chamada "política do café-com-leite", com a hegemonia de dois Estados da federação: São Paulo, em razão de seu poder econômico, e Minas Gerais, por possuir o maior colégio eleitoral do país.
    Embora não tivesse absorvido toda a mão-de-obra negra disponível desde a Abolição, o país recebeu nesse período um grande contingente de imigrantes para trabalhar na lavoura do café e na indústria.
    O termo pré-modernismo parece haver sido criado por Tristão de Athayde, para designar os "escritores contemporâneos do neo-parnasianismo, entre 1910 e 1920", no dizer de Joaquim Francisco Coelho

    Danilo 3° D

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  9. o romantismo foi a época que tudo era perfeito no estilo europeu, e o realismo foi a época mais real no brasil.
    o pré-modernismo foi a chegada do modernismo para o realismo.


    Felipe 3 ano D

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  10. O PRÉ-MODERNISMO foi um periodo de transição do realismo e naturalismo


    Geiciele 3D

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  11. foi um periodo literario brasileiro que marca a transiçao entre simbolismo e modernismo. leila

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