Crônicas
A última Crônica
Fernando Sabino
A
caminho de casa, entro num restaurante da Gávea para tomar uma água
junto ao balcão. Na realidade estou adiando o momento de escrever.
A perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto da convivência, que a faz mais digna de ser vivida. Visava ao circunstancial, ao episódico. Nesta perseguição do acidental, quer num flagrante de esquina, quer nas palavras de uma criança ou num acidente doméstico, torno-me simples espectador e perco a noção do essencial. Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e tomo minha água, enquanto o verso do poeta se repete na lembrança: “assim eu quereria o meu último poema”. Não sou poeta e estou sem assunto. Lanço então um último olhar fora de mim, onde vivem os assuntos que merecem uma crônica.
Ao fundo do restaurante um casal de pretos acaba de sentar-se, numa das últimas mesas de mármore ao longo da parede de espelhos. A compostura da humildade, na contenção de gestos e palavras, deixa-se acrescentar pela presença de uma negrinha de seus três anos, laço na cabeça, toda arrumadinha no vestido pobre, que se instalou também à mesa: mal ousa balançar as perninhas curtas ou correr os olhos grandes de curiosidade ao redor. Três seres esquivos que compõem em torno à mesa a instituição tradicional da família, célula da sociedade. Vejo, porém, que se preparam para algo mais que matar a fome .
A perspectiva me assusta. Gostaria de estar inspirado, de coroar com êxito mais um ano nesta busca do pitoresco ou do irrisório no cotidiano de cada um. Eu pretendia apenas recolher da vida diária algo de seu disperso conteúdo humano, fruto da convivência, que a faz mais digna de ser vivida. Visava ao circunstancial, ao episódico. Nesta perseguição do acidental, quer num flagrante de esquina, quer nas palavras de uma criança ou num acidente doméstico, torno-me simples espectador e perco a noção do essencial. Sem mais nada para contar, curvo a cabeça e tomo minha água, enquanto o verso do poeta se repete na lembrança: “assim eu quereria o meu último poema”. Não sou poeta e estou sem assunto. Lanço então um último olhar fora de mim, onde vivem os assuntos que merecem uma crônica.
Ao fundo do restaurante um casal de pretos acaba de sentar-se, numa das últimas mesas de mármore ao longo da parede de espelhos. A compostura da humildade, na contenção de gestos e palavras, deixa-se acrescentar pela presença de uma negrinha de seus três anos, laço na cabeça, toda arrumadinha no vestido pobre, que se instalou também à mesa: mal ousa balançar as perninhas curtas ou correr os olhos grandes de curiosidade ao redor. Três seres esquivos que compõem em torno à mesa a instituição tradicional da família, célula da sociedade. Vejo, porém, que se preparam para algo mais que matar a fome .
Continue aqui.
ATIVIDADE: Fazer um comentário argumentativo a respeito de uma das crônicas. 5 linhas.
ATIVIDADE: Fazer um comentário argumentativo a respeito de uma das crônicas. 5 linhas.
O Lixo
ResponderExcluirEssa crônica relata dois vizinhos um falando do lixo do outro, um deles tem mais lixo do que o outro.
Um sabia cozinhar e convidou o outro para poder jantar na minha casa.
Um deles gostava de ler poesia quando ia para seu lixo uns dos poemas era “Do Espírito Santo.”
o texto relata o fato de uma familia pobre de classe baixa que não tinha condições de fazer uma festa para a filha,por isso tiveram que ir para um bar,para comemorar com um pedaço de bolo e refrigerante.
ResponderExcluiro texto relata o fato de uma familia pobre de classe baixa que não tinha condições de fazer uma festa para a filha,por isso tiveram que ir para um bar,para comemorar com um pedaço de bolo e refrigerante.
ResponderExcluirHá crônica relata-se, uma historia em que uma família de negros que vão para jantar a um restaurante, sofrem um certo tipo de preconceito por serem negros e pobres. E que
ResponderExcluirsó queriam dar um bolo a sua filha pois na quele dia era o aniversario dela, todos observaram a cena marcante de se dar um feliz aniversario.
alunas: Fernanda dias , Letícia Alencastro
Lixo
ResponderExcluirAchei bem legal, ele é um dialogo entre dois vizinhos sendo um homem e uma mulher...Eles discute sobre o lixo um do outro , eles através do lixo descobrem um pouco da vida um do outro, eles mesmo sem saber trocam intimidades pessoais .
Eles depois de ter fuçado um no lixo do outro conseguiram pensar até nê um jantar .coletaram assunto muito interessante como o que o outro gosta, que a mãe dela mora no Espirito Santo coisas do ex namorado ou namorada .É bom nos sabermos que através do lixo da pra tirar bastante informação de outro sujeito.
Lixo
ResponderExcluirAchei bem legal, ele é um dialogo entre dois vizinhos sendo um homem e uma mulher...Eles discute sobre o lixo um do outro , eles através do lixo descobrem um pouco da vida um do outro, eles mesmo sem saber trocam intimidades pessoais .
Eles depois de ter fuçado um no lixo do outro conseguiram pensar até nê um jantar .coletaram assunto muito interessante como o que o outro gosta, que a mãe dela mora no Espirito Santo coisas do ex namorado ou namorada .É bom nos sabermos que através do lixo da pra tirar bastante informação de outro sujeito.