Trecho do Livro:
"E foi então que apareceu a raposa:
- Bom dia - disse a raposa.
- Bom dia - respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada.
- Eu estou aqui - disse a voz -, debaixo da macieira...
- Quem és tu? - perguntou o principezinho.
- Tu és bonita...
- Sou uma raposa - disse a raposa.
- Vem brincar comigo - propôs o principezinho. - Estou tão triste...
- Eu não posso brincar contigo - disse a raposa. - Não me cativaram ainda.
- Ah! Desculpa - disse o principezinho. Após uma reflexão, acrescentou:
- Que quer dizer "cativar"?
(...)
- Eu procuro amigos. Que quer dizer cativar?
- É uma coisa muito esquecida - disse a raposa. - Significa "criar laços"...
- Criar laços?
- Exatamente - disse a raposa. - Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil garotos. Eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro.
Serás para mim único no mundo. Eu serei para ti única no mundo...
(...)
- A gente só conhece bem as coisas que cativou - disse a raposa. - Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!
(...)
- Os homens esqueceram essa verdade - disse a raposa. - Mas tu não a deves esquecer. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa...
- Eu sou responsável pela minha rosa... - repetiu o principezinho, a fim de se lembrar."
O fascínio de 'O Pequeno Príncipe'
A história tem 68 anos e não para de ser recontada por meio de livros, filmes e peças teatrais. Sem dúvida, "O Pequeno Príncipe" é uma das fábulas contemporâneas mais comentadas e amadas pelas gerações que nasceram depois de 1943, quando a primeira versão foi publicada pelo escritor Antoine de Saint-Exupéry, em Nova York.
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