quinta-feira, 22 de março de 2012

Romantismo em Portugal : Almeida Garret

  (Título com o link da obra)
Autoria: Almeida Garrett
Data de publicação: 1825
Local de publicação: Paris

Poema lírico-narrativo, datado do primeiro exílio de Garrett, considerado a primeira obra romântica da literatura portuguesa, que aborda episódios da vida do poeta Luís de Camões relacionados com a composição e a publicação da epopeia Os Lusíadas (Link da obra no título). No prefácio, Garrett afirma não ter obedecido "a regras nem a princípios", não ter consultado "Horácio nem Aristóteles" e, demarcando-se de qualquer escola literária ("não sou clássico nem romântico; de mim digo que não tenho seita nem partido em poesia"), confessa ter seguido apenas "o coração e os sentimentos da natureza". Abrindo com a célebre invocação à "Saudade! Gosto amargo de infelizes,/ Delicioso pungir de acerbo espinho," e retratando um Camões desterrado, cantor idealista e desgraçado de uma pátria exangue, com o qual o autor se identifica, o poema surge como a obra emblemática e fundadora do Romantismo português, como salienta Teófilo Braga ("Garrett e a sua obra" in Obras Completas de Garrett): "Nesses dois poemas, Camões e D. Branca, o desolado proscrito fundava uma era nova da literatura portuguesa, acordando na nacionalidade o alento de sua tradição e relacionando o seu espírito com a nova corrente de idealização estética do romantismo."
Só entre 1825 e 1880 a obra teve sete edições, sem contar com as edições brasileiras e apócrifas.




O Anjo Caído
 

Era um anjo de Deus 
Que se perdera dos céus 
E terra a terra voava. 
A seta que lhe acertava 
Partira de arco traidor, 
Porque as penas que levava 
Não eram penas de amor. 
O anjo caiu ferido 
E se viu aos pés rendido 
Do tirano caçador. 
De asa morta e sem esplendor 
O triste, peregrinando 
Por estes vales de dor, 
Andou gemendo e chorando. 
Vi-o eu, n anjo dos céus, 
O abandonado de Deus, 
Vi-o, nessa tropelia 
Que o mundo chama alegria, 
Vi-o a taça do prazer 
Pôr ao lábio que tremia 
E só lágrimas beber. 
Ninguém mais na terra o via, 
Era eu só que o conhecia 
Eu que já não posso amar! 
Quem no havia de salvar? 
Eu, que numa sepultura 
Me fora vivo enterrar? 
Loucura! Ai, cega loucura! 
Mas entre os anjos dos céus 
Cantava um anjo ao seu Deus; 
E remi-lo e resgatá-lo, 
Daquela infâmia salvá-lo 
Só força de amor podia. 
Quem desse amor há-de amá-lo, 
Se ninguém o conhecia? 
Eu só, – e eu morto, eu descrido, 
Eu tive o arrojo atrevido 
De amar um anjo sem luz. 
Cravei-a eu nessa cruz 
Minha alma que renascia, 
Que toda em sua alma pus, 
E o meu ser se dividia, 
Porque ela outra alma não tinha, 
Outra alma senão a minha... 
Tarde, ai! tarde o conheci, 
Porque eu o meu ser perdi, 
E ele à vida não volveu... 
Mas da morte que eu morri 
Também o infeliz morreu. 



Assista ao vídeo sobre uma das obras do Autor.  


 

6 comentários:

  1. Com uma notória formação arcádica e iluminista, é difícil consagrar Garrett em uma única escola literária.Ele nunca se auto-intitulou romântico e muito menos classicista; ao contrário: afirmava não seguir regras nem modelos. Ana Cláudia Barbosa Lourenço n°1 2°D

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  2. Nome: Nayara Cristina Oliveira Bellato
    Serie: 2ªD
    Nº 18


    Almeida Garrett foi um importante poeta e romancista português do século XIX. É considerado um dos mais importantes escritores do romantismo português.

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  3. Nome: Nathalia Cristina Oliveira Bellato
    Serie 2°D
    Nº17

    Almeida Garrett era um otimo escritor ele foi um dos mais importantes representantes do romantismo português.Ele era poeta e romancista português do século XIX.

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  4. ALMEIDA GARRETT,mobilizou o desenvolvimento do romantismo em Portugal,depois que a classe burguesa instaurou-se com maior poder em Portugal acontecimento que promoveu o romantismo.
    Nome:Camila Fernandes Marques Leal
    Serie:2°D
    N°04

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  5. Apaixonado pelo belo e amante da liberdade, Almeida Garrett foi o escritor que melhor soube entender o mundo do seu tempo e deu-o a compreender aos vindouros.

    Introdutor do Romantismo, em 1825-26, com a publicação de Camões e D. Branca , torna-se, pela modernidade do seu discurso e da linguagem, um autêntico inovador.

    Nome:Camila Fernandes Marques Leal
    Serie:2°D
    N°04

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  6. Apaixonado pelo belo e amante da liberdade, Almeida Garrett foi o escritor que melhor soube entender o mundo do seu tempo e deu-o a compreender aos vindouros.

    Introdutor do Romantismo, em 1825-26, com a publicação de Camões e D. Branca , torna-se, pela modernidade do seu discurso e da linguagem, um autêntico inovador.

    Nome:Camila Fernandes Marques Leal
    Serie:2°D
    N°04

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