quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Aprenda idiomas em sites gratuitos: Duolingo, Livemocha, Busuu e mais

Milena Pereira Da redação
 
Em um mundo cada vez mais conectado, saber mais de um idioma passou a ser um critério importante para conquistar um novo emprego ou uma vaga na universidade. O inglês, em especial, vem sendo constantemente exigido no mercado de trabalho e em concursos. E a tendência é de que outras línguas sejam valorizadas como diferencial em currículos.
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Porém, aprender novos idiomas exige investimento de tempo e dinheiro. Longe de substituir a rotina de uma escola de línguas, uma alternativa para reduzir os custos e aproveitar o pouco tempo livre, é estudar línguas em sites gratuitos nos intervalos entres uma atividade e outra.
A consultora e professora de inglês Cecília Nobre lembra que praticidade, comodidade e flexibilidade são pontos que atraem os alunos. Porém, quem pretende aprender sozinho um novo idioma em cursos online precisa ter em mente que disciplina, seriedade e organização são fundamentais. "Eu sugiro fazer uma agenda e separar pelo menos uma hora diária para o estudo da língua estrangeira", diz Cecília.
O professor universitário e linguista Rafael Lanzetti concorda. Para ele, além de se dedicar diariamente aos estudos, é preciso manter uma rotina bastante disciplinada. "O aluno deve estabelecer um horário diário para os estudos do idioma, usar consistentemente as ferramentas e materiais à sua disposição, revisar sempre o que aprendeu e dar atenção às quatro habilidades básicas: falar, ler, escrever e compreender", recomenda.
De acordo com os professores, a tecnologia e a Internet contribuem muito para a educação no que se refere aos recursos multimídia como vídeos, aplicativos e plataformas colaborativas de ensino. Porém, embora estas opções contribuam significativamente no processo de educação online, para obter sucesso neste tipo de curso o aluno deve estar realmente motivado a seguir a disciplina proposta na web. "Boa parte da motivação precisa, portanto, ser intrínseca, aquela que parte do próprio aluno" , afirma Lanzetti.
Se você tem estímulo, energia e muita disciplina, confira as sugestões de sites que o TechTudo listou para aprender línguas online e gratuitamente com recursos multimídia.
1) Busuu.com
Busuu (Foto: Reprodução)Busuu, comunidade online ensina idiomas via Internet (Foto: Reprodução/Busuu)
O Busuu é uma comunidade online voltada para o aprendizado de novos idiomas. Nela, é possível escolher entre dezenas de línguas nos mais diferentes níveis de conhecimento.
O internauta pode aprender com a ajuda de nativos dos países onde se fala o idioma e usufruir de uma média de 150 exercícios de gramática. As atividades online são dinâmicas e abusam de conteúdo audiovisual, como jogos, desafios e recompensas. O aluno pode ter uma conta grátis ou premium (paga) - que oferece uma quantidade maior de material.
2) Duolingo
Duolingo (Foto: Reprodução/Duolingo)Site Duolingo.com permite se cadastrar com e-mail ou login do Facebook (Foto: Reprodução/Duolingo)
O Duolingo é uma opção totalmente gratuita para aprender novas línguas. Disponível nas versões desktop e móvel, o serviço oferece uma proposta inovadora: o aluno aprende sem custos e ainda ajuda quem precisa traduzir sites na Internet.
Funciona da seguinte forma: um texto é enviado por alguém ao site; o Duolingo o coloca à disposição dos alunos; e os alunos fazem a tradução do material de acordo com as atividades propostas - usando recursos de áudio e texto. Quando o processo de tradução feito por vários alunos termina, o dono da versão original da página de Internet paga pelo trabalho. É com essa verba que o site se mantém e continua ajudando os alunos virtuais.
3) Livemocha.com
Livemocha (Foto: Reprodução)Livemocha funciona como uma rede social e permite ensinar e aprender línguas online (Foto: Reprodução/Livemocha)
O Livemocha é uma rede social para o aprendizado de idiomas que combina método tradicional de fixação de gramática com atividades interativas entre os inscritos.
Com 16 milhões de membros divididos por 195 países, o Livemocha figura entre os mais famosos sites de línguas do mundo. Com ele, o estudante pode escolher entre diversos idiomas, assistir vídeos, conversar com alunos de outros países, dar e receber feedback de exercícios, entre outras tantas opções. A comunidade oferece conta grátis e premium (paga).
4) Memrise.com
Memrise (Foto: Reprodução)Memrise ensina 200 idiomas diferentes na mesma plataforma (Foto: Reprodução/Memrise)
Com o Memrise você pode aprender quase 200 idiomas totalmente grátis. Alguns módulos são criados por universidades de referência, como a Cambridge University (Reino Unido), por exemplo, o que legitima consideravelmente o curso. À medida em que o aluno faz os exercícios, ele soma pontos; quando erra alguma questão, recebe reforço nos estudos.
Itens como precisão na resposta e pedido de ajuda extra são contabilizados na pontuação final. É possível, ainda, participar de fóruns e tirar dúvidas com outros alunos. O site usa, como metáfora, a relação do aprendizado com uma planta; que floresce com o seu sucesso.
5) Learn English
Learn English (Foto: Reprodução)Learn English é uma iniciativa do British Concil (Foto: Reprodução/Learn English)
O Learn English é um site da organização educacional e sem fins lucrativos British Concil, voltado exclusivamente para o ensino gratuito da língua inglesa. Nele é possível aprender o idioma através de jogos e histórias, além dos tradicionais exercícios de áudio e gramática.

Como diferencial, o Learn English oferece materiais muito úteis para quem deseja se preparar para os testes de proeficiência do IELTS (International English Language Testing System).

Fonte Techtudo

domingo, 12 de janeiro de 2014

Tudo Passa!

Havia um rei muito poderoso que tinha tudo na vida, mas sentia-se confuso. Resolveu consultar os sábios do reino e disse-lhes:
- Não sei por que me sinto estranho e preciso ter paz de espírito. Preciso de algo que me faça alegre quando estiver triste e que me faça triste quando estiver alegre.
Os sábios resolveram dar um anel ao rei, desde que o rei seguisse certas condições:
Debaixo do anel existe uma mensagem, mas o rei só deverá abrir o anel quando ele estiver num momento intolerável. Se abrir só por curiosidade, a mensagem perderá o seu significado. Quando TUDO estiver perdido, a confusão for total, acontecer a agonia e nada mais puder ser feito, aí o rei deve abrir o anel.
O rei seguiu o conselho. Um dia o país entrou em guerra e perdeu. Houve vários momentos em que a situação ficou terrível, mas o rei não abriu o anel porque ainda não era o fim. O reino estava perdido, mas ainda podia recuperá-lo. Fugiu do reino para se salvar. O inimigo o seguiu, mas o rei cavalgou até que perdeu os companheiros e o cavalo.
Seguiu a pé, sozinho, e os inimigos atrás; era possível ouvir o ruído dos cavalos. Os pés sangravam, mas tinha que continuar a correr. O inimigo se aproxima e o rei, quase desmaiado, chega à beira de um precipício. Os inimigos estão cada vez mais perto e não há saída, mas o rei ainda pensa:
- Estou vivo, talvez o inimigo mude de direção. Ainda não é o momento de ler a mensagem...
Olha o abismo e vê leões lá embaixo, não tem mais jeito. Os inimigos estão muito próximos, e aí o rei abre o anel e lê a mensagem: "Isto também passará". De súbito, o rei relaxa. Isto também passará e, naturalmente, o inimigo mudou de direção. O rei volta e tempo depois reúne seus exércitos e reconquista seu país. Há uma grande festa, o povo dança nas ruas e o rei está felicíssimo, chora de tanta alegria e, de repente, se lembra do anel, abre-o e lê a mensagem: "Isto também passará". Novamente ele relaxa, e assim obtém a sabedoria e a paz de espírito.
Em qualquer situação, boa ou ruim, de prosperidade ou de dificuldades, em que as emoções parecem dominar tudo o que fazemos, é importante que nos lembremos de que tudo é efêmero, de que tudo passará, de que é impossível perpetuarmos os momentos que vivemos, queiramos ou não, sejam eles escolhidos ou não.
A ansiedade, freqüentemente, não nos deixa analisar o que nos ocorre com objetividade. Nem sempre é possível, mesmo. Mas, em muitos momentos, precipitamos atitudes que só pioram o que queríamos que melhorasse, e é na esfera dos relacionamentos amorosos que isso ocorre quase sempre.
A calma, conforme o ditado popular, pode ser o melhor remédio diante daquilo que não depende de nós... Manter as emoções constantemente sob controle é pura fantasia e qualquer um já viveu a sensação de pânico ao perceber que o que mais se valoriza está escapando por entre os dedos.
"Dar tempo ao tempo" não é sintoma de passividade, mas de sabedoria na maior parte dos casos.
Autor desconhecido

Fonte

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Dom Quixote

Dom Quixote: o melhor livro do mundo
Sancho Pança e Dom Quixote
Em princípios de maio de 2002, uma impressionante comissão de críticos literários de várias partes do mundo escolheu o livro Dom Quixote de La Mancha, escrito por Miguel de Cervantes y Saavedra (1547-1616), a partir de 1602, como a melhor obra de ficção de todos os tempos. Ao tempo em que narrava os feitos do Cavaleiro da Triste Figura em ritmo dos romances da cavalaria, Cervantes enervado com o sucesso daquele tipo de gênero literário junto ao grande público, realizou uma das maiores sátiras aos preceitos que regiam as histórias fantasiosas daqueles heróis de fancaria.
Agonia do cavaleiro da triste figura

O Cavaleiro da Triste Figura e Rocinante
"Todas as coisas humanas têm dois aspectos... para dizer a verdade todo este mundo não é senão uma sombra e uma aparência; mas esta grande e interminável comédia não pode representar-se de um outro modo. Tudo na vida é tão obscuro, tão diverso, tão oposto, que não podemos nos assegurar de nenhuma verdade."

Erasmo – Elogio da Loucura, 1509



No final de uma caçada às lebres, ele sentiu-se exausto. Pediu que o levassem ao leito. Dom Quixote percebeu a presença da morte. Logo os amigos chamaram um médico que, pegando-lhe o pulso, recomendou com a rude franqueza dos castelhanos que tratasse de salvar a alma, porque o corpo era de pouca valia. Então algo poderoso ocorreu. Aos brados o moribundo disse ter recuperado o juízo, livrara-se das desgraçadas leituras que fizera sobre os feitos dos cavaleiros. Disse abominar Amadis de Gaula, o espadachim de fantasia que tanto o inspirara até não muito. Esperou então, sereno, a morte para livrar-se daquelas assombrações da literatura que tanto infernizaram a sua vida.
Em tempos bem anteriores, ainda que magro de doer, dispunha de saúde suficiente para lançar-se pelo mundo afora. Até os cinqüenta anos vivera com criada, sobrinha e um rapaz arrieiro, numa fazendola na província da Mancha, uma espécie de brejo-seco do Reino de Castela, na Espanha. Desocupado, empobrecido, passara os dias lendo os feitos dos heróis da cavalaria. Até que um dia, conta Cervantes, de tanta leitura, seus miolos ressecaram. Imitando então aquela brava gente que povoava os seus sonhos, cismou em querer consertar as coisa tortas e desfazer os agravos do mundo. Mandou pôr uma sela em Rocinante, seu maltratado pangaré, calçou-se com as velhas armas dos seus antepassados, um escudo, e saiu a trote atrás de façanhas que lhe dessem renome. E como ele próprio esperava:

—Dichosa edad y siglo dichoso aquel adonde saldrán a luz las famosas hazañas mías, dignas de entallarse en bronces, esculpirse en mármoles y pintarse en tablas, para memoria en lo futuro.
(Feliz idade e feliz século aquele onde sairão à luz as minhas famosas façanhas, dignas de entalhar-se em bronzes, esculpidas em mármores e pintadas em telas para a memória do futuro)
(D.Quixote: II Capítulo)

Metido em aventuras mil

Campo de Criptana com seus moinhos, a quem Quixote enfrentou com sua lança
Aventuras e desassossegos de toda a ordem é o que não lhe faltaram pelas andanças pelo ermos de Castela. Além de fantasiar uma dama só sua, uma pobre camponesa que ele chamou de Dulcinéia del Tomboso, teve a felicidade de encontrar um homem da sua aldeia, o gorducho Sancho Pança, um lavrador, logo promovido a escudeiro, e que, entre outras coisas, tentou inutilmente inculcar em Dom Quixote algum princípio de realidade que fosse. Sim, porque o nosso cavaleiro vivia oscilando em perpetrar as loucuras desaforadas de Roldão ou mergulhar nas melancolias de Amadis, seus modelos. De longe ou de perto, o contraste espantoso entre o Cavaleiro da Triste Figura, como Dom Quixote mesmo se chamou, magro e alto, e o seu valet, o pequenino e roliço Sancho, montando em seu burrico, incendiou a imaginação de todos.
Maldizia o tempo todo a época que lhe coubera viver. A pólvora e o chumbo, discursou ele, liquidaram com os cavaleiros. Um disparo de longe, arte de um covarde, destroçava a vida de um bravo. Surras “ da fementida canalha”, também não lhe faltaram. Certa vez, em pleno campo, encontrando uma fila de bandidos atados, conduzidos por alguns policiais, resolveu espantar a lei. Engalfinhou-se com os guardas que fugiram espavoridos dos espadaços daquele doido. Soltos, os foras-da-lei, além de surripiarem-lhe os pertences, aplicaram-lhe uma sova de dar dó. Comentário de Dom Quixote: “aos cavaleiros andantes não pertence averiguar se os afligidos, acorrentados e opressos...vão pelas estradas por suas culpas, ou por serem desgraçados... só lhe cabia ajudá-los como necessitados”. Nem na dor das imerecidas porretadas ele se emendava!
Estrutura e prosa da obra

As confusões de Don Quixote (gravura de William Hogarth)
Dom Quixote de La Mancha, a maravilha literária de Cervantes, narrado na mais fina prosa castelhana, é composta de 126 capítulos de sabedoria, amizade, enternecimento, encantamentos, loucuras e divertimento, divididos em duas partes: a primeira surgida em 1605 e a outra em 1615. Monumento que Cervantes começou a erguer com pena e tinta, "no silêncio do esquecimento", encarcerado em Sevilha, em 1602, por mesquinharias. Obra que mais de 100 críticos literários, vindos de todas as partes, recentemente reunidos, indicaram como o melhor livro do mundo.
Numa das suas digressões, Cevantes deu para comparar a vida de soldado, que ele foi, com a de escritor, que ele terminou sendo, concluindo que aquele ofício só lhe dera dor de cabeça, vigílias, vazios de fome e padecimentos mil. Todavia, ao contrário de Shakespeare, seu contemporâneo, era consciente de que criara uma obra-prima, algo verdadeiramente extraordinário. Enquanto isso, numa desconhecida aldeia da Mancha, o corpo do velho fidalgo maluco recebia as exéquias. Não se enganem, não o enterraram não. Basta a qualquer leitor abrir a primeira página do Dom Quixote para ver que, erguendo a espada, o soberbo doido está ali vivíssimo, pronto para sair a assombrar o gigante Briareu e pôr a correr as injustiças. 


FONTE

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